
O avião em que estava foi derrubado por um piloto alemão, o qual jura de pés juntos que não sabia ser o escritor o derrubado, de quem, aliás, era muito fã. Chegou ao cúmulo de afirmar que caso soubesse se tratar de Saint, não o teria atingido.
Acho que o escritor francês ficou, quase, muito feliz ao saber dessa intenção de Rippert, o piloto alemão. Talvez tivesse massageado o ego intelectual de Saint saber que bastava abrir a janelinha e gritar “Je suis Saint- Exupéry”, e isso lhe pouparia o “banho de mar”, pobre dos outros pilotos abatidos pelo mesmo alemão, nem esse apelo da fama tiveram, morreram sem poesia em suas vidas, sem remorsos por parte do germânico.
Remorsos, digamos nós, muito bem superados, posto ter guardado o segredo debaixo do travesseiro por tantos anos e em momento algum perdido o sono, ou quem sabe o tivesse abalado tanto a culpa por tamanha perda que preferisse não comentar? Não sei ao certo, difícil dizer, teremos de esperar o livro que virá nos contar parte a parte o ocorrido.
Talvez a revelação da não intenção de derrubar o escritor faça algum sentido afinal de contas. Derrubar qualquer outra máquina não o consternaria tanto, pois apenas aquele um o havia cativado, sentia-se responsável apenas por aquele um, e se nem a raposa atacou o pequeno príncipe, que por sua vez conservou em uma redoma sua rosa, por que haveria Rippert de querer atacar Saint- Exupéry?
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