terça-feira, 18 de março de 2008

Cativou, sim! Mas não abriu a janelinha do avião para gritar seu nome.

Era um chapéu, ou uma jibóia que engolira um elefante? Seria de um asteróide, quem sabe mesmo do B 612, ou seria ele invenção, produto do sol forte do Saara? Não sei bem ao certo. Apenas me lembro que seja pela terra dos homens, seja em uma ilusão interplanetária, Saint- Exupéry gostava mesmo era de voar sob desertos, jamais fora muito fã de mares, mergulhar não era seu passatempo predileto, e há 64 anos foi a água que amorteceu seu “mergulho”.
O avião em que estava foi derrubado por um piloto alemão, o qual jura de pés juntos que não sabia ser o escritor o derrubado, de quem, aliás, era muito fã. Chegou ao cúmulo de afirmar que caso soubesse se tratar de Saint, não o teria atingido.
Acho que o escritor francês ficou, quase, muito feliz ao saber dessa intenção de Rippert, o piloto alemão. Talvez tivesse massageado o ego intelectual de Saint saber que bastava abrir a janelinha e gritar “Je suis Saint- Exupéry”, e isso lhe pouparia o “banho de mar”, pobre dos outros pilotos abatidos pelo mesmo alemão, nem esse apelo da fama tiveram, morreram sem poesia em suas vidas, sem remorsos por parte do germânico.
Remorsos, digamos nós, muito bem superados, posto ter guardado o segredo debaixo do travesseiro por tantos anos e em momento algum perdido o sono, ou quem sabe o tivesse abalado tanto a culpa por tamanha perda que preferisse não comentar? Não sei ao certo, difícil dizer, teremos de esperar o livro que virá nos contar parte a parte o ocorrido.
Talvez a revelação da não intenção de derrubar o escritor faça algum sentido afinal de contas. Derrubar qualquer outra máquina não o consternaria tanto, pois apenas aquele um o havia cativado, sentia-se responsável apenas por aquele um, e se nem a raposa atacou o pequeno príncipe, que por sua vez conservou em uma redoma sua rosa, por que haveria Rippert de querer atacar Saint- Exupéry?

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