quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Carnaval, meu carnaval. Eu fico triste quando chega o carnaval!

Quantos de nós já ouvimos a famosa frase “no meu tempo era melhor”? No meu tempo as meninas se davam ao respeito. No meu tempo tínhamos brincadeiras dançantes, aliás, no meu tempo nós sabíamos o que era dançar, música calma, para dançar junto da moça.
Agora, há menos de uma semana, ouvi a melhor de todas, e veio assim sem mais nem menos, com uma simples resposta a uma pergunta comum, “E o carnaval? Já fez planos?”, e lá estava meu interlocutor, sentadinho, me fitando calmamente, pensou, escolheu as palavras e, finamente, respondeu que talvez ele e a esposa fossem ao clube.
E logo continuou, sempre calmo, me contando que há anos eles vão de clube em clube analisando calmamente qual deles melhor corresponde à idade do casal, afinal eles adoram carnaval, a dança, o ritmo, o suor e muito mais, visto que estamos falando de um paulistano muito do carioca.
Todavia, ainda que perdido em meio ao encantamento que a simples idéia da festa trouxe, não tardou para a frase surgir; “mas no meu tempo de moço, ainda estudante lá no Rio de Janeiro, nossa, era muito diferente”.
Não me segurei, embora imaginasse já saber a resposta, acabei prolongando a prosa e perguntei o porquê era tão diferente, seria por que as meninas eram mais recatadas, ou as danças eram melhores, verdadeiras marchinhas de carnaval? Claro, ele confirmou tudo, me confessou que as moças não se davam ao desfrute, e os casais se respeitavam mais, chegavam a se dividir no salão só para dançarem mais soltos e se reencontrar no fim da festa, “nada demais”, disse ele, “isso era carnaval”.
Contou ainda o caso de um amigo de cidade pequena que foi ao Rio sonhando com um baile “cheio de moças para ele agarrar” e completou em seguida, dessa vez nada calmo, mas com um pequeno sorriso no canto da boca, “ah, mas as moças não eram assim, elas se davam ao respeito”, disse que o tal amigo, embora muito bem avisado de que as moças rodavam de mãos em mãos apenas para dançar, se encantou com uma em especial, “não deu dez minutos meu amigo voltou com um baita bico, pois a moça não apenas o dispensou, como o fez com muita sabedoria, dizendo para o meu amigo que gostava muito de sexo, mas no momento certo e com a pessoa certa e ele (o meu amigo) não preenchia nenhum dos requisitos”,confessou orgulhoso ao confirmar a seriedade das moças de sua época.
Senti a empolgação pelo assunto e perguntei logo se era disso, dessa seriedade dos anos passados, que ele sentia mais falta. Ele pensou um pouco, os olhinhos brilhando iluminando aquele semblante ingênuo que apenas a idade pode imprimir no rosto de alguém, quando de repente soltou a resposta mais inusitada que aquela voz de avô poderia soltar:
“Ahh, o lança-perfume era muito melhor na minha época!”

2 comentários:

Unknown disse...

ahauhauahauaha
adorei...
sabe aquele tipo de texto q a gente tem q ler até o fim?
nada de um grade mistério, mas conseguiu prender minha atenção com uma coisa trivial (se é q isso é trivial)... e q inclusive nao gosto, o carnaval...
continue escrevendo ro...
td vez q der tempo passarei por aqui...

João Ferreira disse...

a no meu tempo
não q esteja entrando nessa turma, mas to quase lá.rs
afinal tiozão eu ja sou

ta melhorando a cada dia
to gostando de ver

acessos diarios

beijãoo