
E com tantos chapéus voando pelos ares, tantas faixas, gritaria, corneta, papel colorido caindo do céu, além disso, temos a festa. A tão elegante e tradicional festa que consome algumas horas até das pessoas menos festeiras. Não há como fugir!
Lembro-me de um comentário solto no fundo da sala, pobre do menino que o soltou, de que seria mais proveitoso fazer um “baita churrasco”, “churrasco?” perguntou indignada uma voz feminina, “churrasco você faz domingo, essa é a noite mais importante das nossas vidas!” completou a mesma voz.
Logo após esse comentário não me contive em pensar que essa voz feminina uma dia se casaria, compraria sua primeira casa, teria seu primeiro filho, como ela poderia estar tão certa de que aquela era a noite mais importante de sua vida?
Não consegui também deixar de lembrar das antigas formaturas que fui, semanas procurando o vestido certo, as sandálias que combinassem melhor, o melhor penteado, os acessórios, cortar os cabelos, depilar as pernas, enquanto meu irmão fez a barba e colocou a mesma roupa que usou no casamento de nossa tia, o mesmo sapato, a mesma gravata, “que injustiça”, pensei, “logo eu que ganho menos, custo mais!”.
Não faz um mês vi uma reportagem falando sobre o piso salarial feminino, finalmente as mulheres ganham o mesmo que os homens. E isso era tudo o que passava pela minha cabeça enquanto olhava seriamente de arara em arara, analisando cada etiqueta de preço e pensando “quanto vai me custar o sapato que combina com isso?”.
Pode até, aos olhos de alguns desavisados, parecer bobeira uma preocupação dessas, no entanto me corroia o fato das mulheres não terem seu trabalho valorizado, monetariamente, como o homem e terem de se vestir muito melhor. E não falo das que insistem em usar roupas caríssimas, tratamos aqui da mulher tradicional, aquela do “dia-a-dia” mesmo, que trabalha oito horas, faz comida, lava a louça, busca o filho na escola, ajuda a fazer tarefa. Aquela que ao se dar o luxo de contratar uma ajudante, alguém só para lavar o banheiro e passar as camisas do marido, ainda agüenta o olhar de desagrado vindo por de trás da lata de cerveja sentada no sofá.
Quanto custa para essa mulher aí de cima ir para a academia, por exemplo? Ela precisa de calça nova, e uma blusinha, que ela vai alternar com as velhas guardadas no guarda-roupa. E o homem? Ele vai com o mesmo par de shorts que usa em casa aos domingos, uma única camiseta basta, e ninguém vai ousar chama-lo de desleixado. Aliás, os shorts são os mesmos para ir à piscina, já a mulher precisa de biquínis, caros pela própria natureza. Pois então, não te soa injusto ganharmos menos?
E tudo isso passava como um filminho enquanto lembrava dos vestidos comprados, roupas caras que não posso me dar ao desfrute de repetir. Bem, talvez eu reclame em nome de mulheres que ainda não fizeram as contas entre o quanto o mercado paga por sua mão de obra, e o quanto ele mesmo exige em gastos, afinal o homem escolheu o “churrascão” sem pompas, vestidos longos, arranjos de mesa, mas com muita comida e diversão, enquanto a mulher fez questão de fazer de sua formatura a noite mais importante de sua vida.
4 comentários:
Já to pensando na capa
vamo lá
semana nova, texto novo?
mto bom
beijão
aiiii eu to no meio dessas aí q ganham pouco e gastam um tantão com a formatura.
Nooooooooooooooooooooossa!!!
Me contorci de rir com este texto!!!! Adorei!!!!
Esse texto foi feito pra mim foi??? Formatura e escolha d roupas??? Q bom q não só eu penso nessa injustiça de roupas hehehehe, por isso q vc me entende!!!
bjooo e Parabéns!
huaahuahuauhahu
essa semana eu xinguei tanto a minha formatura, ohhhh arrependimento...to tendo que gastar o que não tenho...hauuhaahuahu
Concordo plenamente com seu texto, infelizmente somos reféns da nossa aparência...engordei 100 gr...ahh vou morrer. O armario tah cheio de roupa, mas não me contento com o suficiente, pois quero ter as roupas da moda, o cabelo da fulana da novela, o corpo de uma rainha de bateria e assim vai.....ahuauhaahu
eita dureza...rsrsrrs
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